Internada
num hospital, dona Dorinha, uma senhora idosa reunia forças humanas e divinas
para enfrentar a dor, a aflição e, sobretudo as conseqüências de um repentino
infarto.
Essas forças
são resultados da imensa fé em Deus que sempre testemunhou. Ao longo dos seus
setenta anos, desde criança aprendeu com os pais a crer em Deus, ser justa e
viver com dignidade. Dona Dorinha usava uma sonda para expelir o líquido que se
alojava na bexiga. Mas, certo dia a sonda deslocou fazendo que o líquido expelisse
sobre a cama, molhando suas roupas, a roupa da cama e parte de seu corpo.
Uma experiente
enfermeira deixou-a abalada:
- Como
pode dona Dorinha, você deixar isso acontecer?
- Eu
não tive culpa. A sonda deslocou sozinha, respondeu dona Dorinha.
- Não
faça mais isso. Isso é muito feio para uma pessoa na sua idade, falou a
enfermeira em tom imperativo à paciente.
No mesmo
instante, dona Dorinha retrucou com personalidade:
- Você
sendo uma profissional, deveria tratar com mais carinho os pacientes. Eu estou
aqui porque estou doente, senão estaria em casa.
A enfermeira
não desceu do degrau de autoritária:
- A
senhora é mal educada. Deveria...
- Mal
educada é você, respondeu imediatamente dona Dorinha. Você carrega esse
crucifixo no peito e não o honra.
Houveram
mais algumas farpas trocadas até que veio outra enfermeira cuidar de Dona
Dorinha.
Passados
dois dias as duas estavam amigas. Dona Dorinha dizia aos familiares que ela estava
sendo tratada como filha pela nova enfermeira, quão grande é o carinho e a
atenção que recebe. A nova enfermeira até elogiava a vida de fé, a alegria de
coração, a família, a vivacidade estampada no rosto de dona Dorinha.
A uma das
netas, dona Dorinha fez uma confissão:
- Eu
tive uma grande experiência de Deus em minha vida. A primeira enfermeira, que
eu esperava ser bem tratada por ela carregar um crucifixo no peito e por ser
católica como eu, tratou mal os pacientes, a segunda enfermeira, da igreja dos
crentes, tratou os pacientes com carinho, atenção e amor.
Para quem
está internada na UTI do hospital de Clínicas pelo SUS, qual família precisa
comprar medicamentos pro hospital tratar o paciente, cujas batidas do coração
está como o dólar, que sobe e desce a todo instante, a atitude antiética de uma
funcionária renova o provérbio secular: quem vê cara não vê coração.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Muito obrigado por participar deste projeto!