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quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Mensalão: uma ideologia do terceiro poder nacional
Mensalão: uma ideologia do terceiro poder nacional

A noticia da prisão dos acusados de desvio de recursos públicos, cujos envolvidos foram julgados e condenados em última instância, demonstra a fragilidade do sistema democrático e o inicio de uma doença crônica do sistema republicano.
São muitas as evidencias de que esse caso foi transformado num bode de expiação, uma forma de esconder outros tantos casos de desvio de recursos públicos. Essas pessoas que foram presas neste final de semana fizeram o que se faz no Brasil desde o descobrimento e principalmente, desde a proclamação da república (com p minúsculo e sem acento). Não é razão para não serem condenados, porém, qual é a razão para não julgar e condenar tantos outros?
Porque Paulo Maluf continua negociando tranquilamente e disputando eleições com liberdade? Porque os "mensaleiros" de Minas Gerais, ligados ao PSDB, sequer foram citados pelos "capas pretas" do STF? Porque os corruptos ligados aos partidos da direita não são investigados, julgados e condenados? Porque a imprensa brasileira não insiste na condenação dos políticos da direita?
A imprensa brasileira acaba de se tornar o terceiro maior poder do Brasil, atrás do executivo e do judiciário, pois no legislativo a imprensa determina o comportamento de maioria absoluta dos parlamentares.

Por falar de pobreza e humildade

 
Muita gente diz: “ainda bem que não sou como aquele bandido... como aquele mendigo... como aquele pobre”. Isso significa que o bandido, o pobre e o que passa fome precisam existir para que outras pessoas sejam boas, abastadas e vaidosas.
Na liturgia das igrejas cristãs esse ensinamento se faz presente na maior parte dos rituais. Por exemplo, no ritual da Paixão, Cristo morreu entre dois ladrões para demonstrar o amor pelas pessoas;; noutros momentos Cristo alimenta famintos, multiplica alimentos; então os ladrões e os famintos adquiriram o papel de contribuintes no plano cristão da salvação.
            Você vai dizer que isso é loucura minha, mas não é. Tudo isso é coisa do mundo. Jesus, o homem bom e piedoso, o Pobre, o faminto, o ladrão, são coisas do mundo. São reais, não são frutos da imaginação. Já a igreja cristã imaginou um papel positivo para a ação de dois ladrões naquele cenário histórico, como também aos famintos, ás prostitutas, aos leprosos...
Sem pobres, famintos, prostitutas e leprosos, o plano da salvação estaria incompleto, inclusive, as igrejas poderiam ter preferido livros com sujeitos pertencentes a sociedade da época. Então, subentende a liturgia cristã, que os mendigos, os imorais sentenciados pelo tribunal dos juízes e todos os pobres são seres humanos inferiores aos outros seres humanos. Ou seja, propositadamente a figura triste de um mendigo e o semblante rancoroso e pessimista de um ladrão, rodeiam Cristo desde o nascimento até a morte. Cadê os senhores elegantes, ricos, cheirosos; cadê as senhoras puritanas, corretíssimas, nobres? Chega ser contraditório a história do Cristo e a Igreja cristã.
Talvez então a mensagem verdadeira do Cristo nada tem a ver com a mensagem das igrejas cristãs e muito provável que os detentores da verdade cristã são os pobres e os ladrões. Haaa... mas como é lindo um cristão de paletó e gravata, de batina, com a mitra, o solidéu. Bíblia no sovaco, cajado de bronze na mão, bem longe dos pobres e dos ladrões.
Cristo foi um líder social, religioso, que defendia os pobres, os esfomiados, os inocentes que eram condenados a morte. Cristo não acumulava nada, nem joias, nem bem algum, e por isso ficou conhecido e amado por toda gente pobre e lascada da época e também por isso, os ricos, os avarentos, as senhoras e as autoridades, sentiam um ódio mortal de Cristo.
A manipulação dos fatos históricos foi tão bem planejada que alguns livros foram considerados apócrifos e queimados pela própria igreja.
O mundo não é o resultado dos fatos históricos. O mundo é resultado do que foi escrito e ensinado a respeito dos fatos históricos.
 

Escravos modernos

 
Dizem que Getúlio Vargas foi o “Pai dos Pobres”. Não creio nessa historia. Creio mais que ele foi a “Mãe dos Ricos”.
            Quando Getulio implantou o BNDES, a PREVIDENCIA, a PETROBRAS, a conhecida CARTEIRA DE TRABALHO e outros mega empreendimentos, não criou nada de novo. A Carteira de Trabalho, por exemplo, era um projeto inglês e junto com todas as inovações serviram apenas para abastecimento dos países arrasados com a guerra.
            Como se vê, não houve nada de genuíno nessas criações. O que havia de legitimo no Brasil, nessa época, eram as organizações populares, que tinham um grande projeto para o Brasil. Reforma Agrária, Distribuição de Renda, Justiça Social, eram algumas das ideias que o povo brasileiro queria implantar. Afinal, esse povo já sentia-se quase livre das algemas do Contestado e das incorporações dos governos posteriores.
            Derepente, Getulio negocia inescrupulosamente com nossos trabalhadores. Dou-te o ouro, você me dá o coro. Ou seja, ofereço-te o domingo para descanso, pago esse dia; Você vai ter trinta dias em um ano para descanso e será remunerado... e daí, aquela euforia: ahhh... Ahhh... Que bom!
            Nesse tempo, meu pai era roceiro no sertão paraibano, ali em Água Branca, bem na divisa com o sertão de Pernambuco. O tipo de acerto para plantar, cultivar e colher, mesmo enfrentando a famigerada seca, era a popular “de meia”. A industrialização não poupou o sertanejo que amargou a perca do restinho de terra que possuía. Como a maioria dos sertanejos, meu pai virou retirante, igual uma ave indo de um lado ao outro, não em busca de ouro, mas em busca de identidade, de nova referencia. Ainda hoje, no sertão, vemos restos de paredes e muros com propagandas oferecendo “dinheiro a rodo” aos nordestinos para virem ao Sul do Brasil. Essa nova prática desdobrou-se em dois fenômenos culturais: as viúvas da seca (viúvas de maridos vivos) e os escravos da modernidade.
            Muita gente que nasceu no sul do Brasil é na verdade, filho das viúvas da seca e dos modernos escravos criados por Getulio Vargas. Gente que perdeu sua herança, terras, cabritos e jumentos, e muito mais. Perdeu o sonho e a esperança.
            Portanto, é preciso reler a história do Brasil e principalmente a historia dos sofredores de hoje. Desenhar uma grande arvore ‘culturogenealógica’, utilizar os avanços pedagógicos e técnicos para detectar os traços culturais e devolver com juros tudo que foi arrancado. Senão, os escravos modernos vão se rebelar e explodir de vez essa enorme panela de pressão brasileira.

Domingo a noite

Domingo a noite
Tenho que sair por aí
Assistir uma peça de teatro
Nem que seja no Teatro Paiol ou
No tablado do Parque São Lourenço.

Crônica do Código de trânsito


            O novo código de leis implantado no Brasil para regular o trânsito de carros (guiados por pessoas), não é tão novo para ser tão desconhecido.
            Pelo menos em Curitiba, o Cotran, como foi batizado em 22 de janeiro de 1998, é tratado como uma criança, de apenas seis anos de idade e que mora na rua: com ignorância. Porém, é bom que se diga que não são todos que desconhecem as leis de trânsito e nem são todos que ignoram as crianças de rua. É apenas a maioria.
            As semelhanças e diferenças não param por aí. A gestação do Cotran foi dolorida e traumática. Durante nove meses o projeto ficou em tramitação. Na linguagem técnico-político tramitação pode ser entendida como gestação. Depois da tramitação o tal projeto ficou indo de câmara em câmara, sem nome, sem aprovação, sem amparo, até que chegou o dia do batismo e foi sancionado.
            Além de nascer fora de hora e em tempo errado, recebe o nome de Lei 9503. Por isso as pessoas desdenham, esquecem da convenção com facilidade e a esperança de um futuro melhor é transformada num problema social. Sabe aquele tempo em que se amarrava cachorro com lingüiça? Ninguém morria de fome e não havia pressa. A rua era lugar de respeito e não se via crianças abandonadas.      Agora a rua é espaço onde os carros testam as turbinas, os câmbios automáticos, os airbags, os freios... Os carros não são como em 1966 que corriam no máximo 80 quilômetros por hora. Para esse ano é que foi criado esse código.
            A novidade desse código é que o mais importante é o acessório, o alternativo. Não importa muito quem guia ou quem passa pela rua. Agora são os radares, os guardas de trânsito, as faixas privadas e as muitas instituições para abrigar crianças órfãs, vitimas da ignorância.

Crônica do Pedágio

            Juvenal seguia para a praia de Guaratuba e parou na Praça de Pedágio. Olhou para a cobradora e disse:
            - Eu não tenho dinheiro.
            - Como?
            - Eu não tenho dinheiro!
            - Então o Senhor não pode passar.
            - Como não posso passar?
            - O Senhor, sendo motorista, deve saber que o pedágio é obrigatório nessa estrada.
            - Sim, eu sei. Mas eu não tenho nenhum dinheiro e preciso ir até a praia.
            - Como o Senhor vai até a praia sem nenhum dinheiro?
            - O único dinheiro que tinha gastei em combustível.
            - Então o Senhor aguarda um instante que um funcionário da concessionária vai atendê-lo.
            - Sim Senhora!
            Logo chegou o funcionário e disse-me:
            - A cancela vai abrir, o Senhor estaciona naquele canto.
            - Tudo bem!
            Atravessei a cancela e estacionei no canto ordenado.
            Logo apareceu mais um funcionário e passaram-me a interrogar.
            - Senhor, o pagamento de pedágio é obrigatório e nenhum carro pode passar sem pagar a taxa.
            - Eu sei que é obrigatório, mas eu não tenho dinheiro.
            - Então, lamentavelmente, o Senhor terá que retornar.
            - Só porque não tenho dinheiro pra pagar o pedágio?
            - Sim Senhor!
            - Lamentavelmente, eu não posso retornar. Tenho uma hora pra chegar até Guaratuba.
            - Se o Senhor transportasse uma pessoa doente ou houvesse algo grave que pudéssemos ver, deixaríamos o Senhor passar.
            - Pois bem! Felizmente não transporto nenhuma pessoa doente e graças a Deus não há nenhum problema grave, nem com minha pessoa nem com meu automóvel. O único problema é que não tenho dinheiro para pagar o pedágio.
            - Se o Senhor vai para praia, como poderá se divertir sem nenhum dinheiro.
            - A diversão é opcional e têm muitas alternativas de diversão na praia.
            - Mas o Senhor teve que encher o tanque do carro. Fez isso sem dinheiro?
            - Não! Mas pude escolher o posto de gasolina mais barato e economizar.
            - Olha Senhor, quem não tem dinheiro não vai a praia.
            - Negativo. A praia aceita todas as pessoas. As que têm e que não tem dinheiro.
            - Quero dizer, Senhor, que pra ir á praia é preciso ter dinheiro para cobrir alguns gastos obrigatórios, por exemplo, o pedágio.
            - Sim, mas todos os gastos me apresentam alternativas de escolha e formas de pagamento... Queria ir por outro caminho, mas o único que existe é esse.
            - Lamento, mas o Senhor terá que retornar!
            - Eu não posso retornar, tenho que seguir até a praia.
            - Então terei que chamar a Polícia.
            - Acho melhor!
            Tomei um cafezinho de uma garrafa térmica, e depois de um tempo chegou uma viatura da Policia Rodoviária, com dois policiais.
            - O que se passa?
            - Esse cidadão vai a praia e não quer pagar o pedágio. Ele já afirmou que não há ninguém doente no carro e não tem nenhum problema aparente que justifique a isenção da taxa.
            - Porque o Senhor não que pagar?
            - Porque não tenho nenhum dinheiro.
            - Mas o Senhor sabe que a taxa de pedágio é obrigatória e o não pagamento pode implicar em multa.
            - Sim, eu sei. Mas eu não tenho nenhum dinheiro, tenho que chegar a praia e este é o único caminho por onde posso ir.
            - Sabia que poderíamos prendê-lo?
            - Mas, e as outras pessoas que estão no carro. Também serão presas?
            - ficariam detidas?
            - Só porque não tenho nenhum dinheiro?
            - Não! Porque o Senhor se omite em pagar a taxa obrigatória.
            - Senhor guarda! O dinheiro que tenho está contado. Um tanto pra comida, outro pra bebida, outro para o combustível de volta.
            - Porque não contou com a parte do pedágio?
            - Porque as despesas que citei são necessárias e posso escolher o valor e o local de adquiri-las!
- Pois bem, o pedágio é uma lei e o Senhor terá que cumpri-la. Senão terei que multá-lo.
O funcionário perguntou:
            - Senhor guarda. E quem vai pagar a taxa de pedágio?
            - Se ele não tem dinheiro, nada posso fazer. Só posso multá-lo.
            Perguntei:
            - Qual a infração que cometi, Senhor guarda?
            - Desrespeito a lei.
            - Senhor policial. Toda lei é obrigatória, mas apresenta alternativas para cumpri-las.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Sobre urbanização de Curitiba

Erbo Stenzel, Humberto Cozzo, Poty Lazzarotto.
Wallace Tadeu de Mello e Silva
Ruas e história de Curitiba, Valério Hoerner Jr, 2002
Laços saudades - mia giaconda
Lar Bethsa Lar Cristi Menonita
Conheça Curitiba: a origem, fundação e as marcas do tempo
História de Curitiba em quadrinhos - 981.62 G292h puc
Almanaque Kurytyba - Eduardo Fenianos - 981.62 F333 a 2006

os urbanistas erraram feio no planejamento da cidade de Curitiba, o plano levou a moradias em espaços apertados e daí quanto mais estreitos e compactos são os lotes mais problemas sociais e menos solução. Na rua os espaços estão mais estreitos e estão estreitando os carros mas já temos ruas mas estreitas ao invés de alargar as pistas. Quando motociclistas passaram a ocupar as vias falaram de construir pista exclusiva mas motociclistas não esperaram e dividiram com os carros e problemas não pararam de surgir. Agora é a vez dos ciclistas, faz-se pistas menores, menos estreitas.

Até quando

Até quando
vamos crer
no conceito
de reforma agrária
que os donos desse país
dominam
mais que
os que precisam
da terra para plantar?

Até quando
vamos acreditar
e viver
de verdades construídas
por mentiras repetidas?

Até quando
teremos que provar
que estamos vivos.
Provar, não para podermos viver
mas, para não sermos
considerados mortos
(em vida) ainda que vivos.

Até quando
prevalecerá
o mal e o pecado
do processo da criação
sendo que
a criação
foi toda feita de amor.

Até quando
seremos julgados
por leis injustas
e por juízes
mais injustos ainda?

Até quando? Não sei!
Mas sei que tenho que assumir
o que sou, o que acredito,
e defender
para ser feliz.
porque
é certo que vou morrer
e quem é contra a minha felicidade
também morrerá.
Isso tenho certeza.


O lado de cá da BR 116

Existe uma cerca em Curitiba
que separa nós de vocês
pra elite dominante se chama linha verde
para os pobres, operários, é BR 116.

para os pobres que operam máquinas
essa cerca é imaginária e virtual
mas para elite que aprova as leis
essa cerca é de verdade, é real.

Todos os dias os operários pulam essa cerca
vem pro lado de cá, operar máquinas, trabalhar,
já a elite não necessita essa cerca pular
tudo o que lhes falta, os pobres correm os salvar.

Socialista e capitalista

Um amigo me disse:
- você é socialista.
Eu perguntei:
-porquê?
Ele respondeu:
- porque escreve defendendo os pobres, diz que a terra deve ser repartida e que o Estado deve controlar a sociedade. 
Eu perguntei:
- Você é contra os pobres? Quer que a terra seja concentrada nas mãos de poucos? Quer que o Estado não tenha nenhum controle da sociedade?
Ele disse:
- Não! Os pobres precisam ser ajudados pelo Estado, a terra deve ser democratizada e o Estado tem que ser forte.
Então eu lhe disse:
- Logo, você é socialista, então?
Ele respondeu?
- Eu não sou socialista.
Eu perguntei:
- Que você é?
Ele respondeu:
- Eu não sou nada.
Eu respondi:
- Você não gosta de socialismo, fica neutro, então é capitalista?
Ele respondeu:
- Nunca fiz cursos para ser socialista, nem comunista, nem capitalista.
Eu disse:
- Você defende as mesmas coisas que eu, mas é capitalista. Já eu, só porque escrevo essas idéias sou socialista? Porque esse medo de ser socialista?
Ele respondeu:
- Não é medo. É que aprendi desde cedo que socialismo é ruim.
Disse a ele:
- Porque viver preso as ideias do passado, se o capitalismo vive de inovações, é mais dinâmico do que o socialismo

Mataram o traficante

Mataram o traficante
e muita gente pensou
um a menos
está perdoado quem matou.

Mas, os inocentes esqueceram
que quem matou o traficante
é outro mais perigoso
vai mandar na vila, agora em diante.

A música moderna

       O Brasil pediu uma música melhor, com mais qualidade, e desclassificou o samba, questionou o rock brasileiro e amordaçou a MPB. Toda a mídia se uniu aos líderes modernos e lançaram o hit que tanto planejaram. É um ritmo sem nome, sem endereço, marginal. A finalidade da ideologia moderna, da música moderna, é ser indivíduo marginal. Cada qual viver a sua vida, abaixar e levantar sozinho, mexer a bundinha as claras, mostrar para todos tudo que se faz escondido, para todo mundo ver, sem segredos, sem escrúpulos, sem medo. É o indivíduo sobre tudo e sobre todas as coisas.
        A letra e a dança sugerem e estimulam o sexo, e a mulher deve sempre estar sensual, pronta para transar. Nas histórias contadas em versos, o tráfico e seus líderes são maiorais. Fumar maconha é charme e faz bem a saúde. Matar alguém que impede o indivíduo ser o que é, não é um problema maior.
        Tudo que prejudica o relacionamento entre amigos, à coletividade, é o centro da moral na musica moderna.
        Até os cultos e celebrações nas igrejas cristãs estão se adaptando ao novo modelo de comportamento e atitude. São milhões de livros e DVDs vendidos ensinando a primazia do ser individual. E o céu dos cristãos passou a ser território daqueles que destacam individualmente, independente da contribuição coletiva.
        Sem medo de ser infeliz, sem medo de ensinar o erotismo e o prazer com o sexo do outro.

terça-feira, 7 de outubro de 2014


A escola precisa ser avaliada pelos mesmos que avaliam os alunos, professores, direção e funcionários. Deve receber uma nota e nesse quesito a escola está reprovada. Na verdade, todo ano, quem repete é a escola ( a instituição ) e não as pessoas porque ela nem ao menos se avalia.

Poder judiciário

O erro do PT foi não interferir politicamente no sistema judiciário.
O poder judiciário é o poder brasileiro mais autoritário, com quase nenhuma participação popular e age claramente com tendência a ideologia da política de direita, com consciência, de mãos dadas com as lideranças direitistas.
É um poder dominado por uma classe que está no poder há muito tempo no Brasil. Uma classe que tem origem na burguesia e continua defendendo e praticando os costumes burgueses, subscritos nas letras das leis.
Basta olhar as resoluções mais importantes, mais impactantes, e ver que o judiciário agiliza todos os processos que servem para minimizar as ações da esquerda brasileira, enquanto que os crimes cometidos pela direita são ligeiramente dificultados e se arrastam nas esferas judiciais até a população esquecer dos crimes.

Lamento da vida e da terra

O povo do norte, ribeirinho,
na cheia ou na seca,
faz da vida um escudo.

E a natureza, do ribeirão,
no plantio na colheita,
faz da agua uma arma.

O povo nordestino, sertanejo,
de dia ou de noite,
faz da vida uma promessa.

E a natureza do sertão,
com a lua ou com o sol,
faz da terra um caixão.

No norte a terra forte e vigorosa
resiste com bravura
a gana do explorador.

No nordeste a terra fraca e cansada
descansa da luta
vencida pelo conquistador.

A terra brasileira

A terra brasileira
foi usurpada sem temor
judiaram da natureza
e ela não desanimou.
Houve forte seca
que fracassou o nordeste
dengue e malária
no norte virou peste
no sul o frio intenso
até as ideias esmorece.

A natureza emprestou
sua força á vida humana
se barriga cheia e bolso cheio,
cabeça não pensa e logo se engana,
então o corpo padece
por causa do rosto virado
é o preço da própria vida
que está sendo cobrado.
continua a teimosia besta
de ficar cada qual no seu lado.

Não haverá território
nem cercas ou latifúndio
a revolução dos povos
constituirão único mundo.
Finalmente prevalecerá
verdadeira humanidade.
a regra da conciliação
será lei e verdade
do ventre nascerá
paz amor e caridade.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

O avesso da cidade

   Toda cidade tem o lado avesso, obscuro, onde as pessoas são invisíveis e ao mesmo são estas pessoas os pés e as mãos direitas da cidade. O avesso da cidade é a periferia, o lugar de pessoas quase desconhecidas ou quase reconhecidas. Avesso é o mundo forjado para ser dependente, carente e demente.
   Eu quero falar desse mundo, contar histórias que estão esquecidas no subterrâneo do avesso da cidade, demonstrar uma cultura mais viva que brasa mora, presente na margem, do lado de fora do poder.
   O lado avesso da cidade é tão real que há um limite preestabelecido mostrando o lado de lá e o lado de cá. É onde moram aqueles que tiveram sua história de vida roubada, uma história que não foi contada.
   Para aniquilar um povo basta não contar sua história ou impedir que eles a contem.
  Foi assim nessa cidade, quando os imigrantes europeus chegaram aqui havia os indígenas Kaigangs, Guaranis e outras etnias menores. Em pouco tempo os indígenas perderam sua crença, sua religião, seus deuses perderam o valor, seu jeito de se organizar foi ignorado e tiveram que fazer tudo conforme a vontade dos não índios.
   Para que nenhum índio ou nenhum povo diferente dos europeus se tornasse líder, se organizasse e fosse ameaça aos europeus, criaram um sistema de castigo muito duro. Em Curitiba foi erguido um pelourinho que teve inauguração com benção dos padres.
   O pelourinho não era simplesmente para castigar, mas para servir de exemplo. O plano dos europeus era que cada índio ou negro amarrado no pelourinho daria uma lição, um aviso que não seria esquecido pelos outros negros e índios até sua quinta geração.

   ( argumentos - poder identificar - elaborar )
- definir dentro do texto, lugar para colocar as marcas, o poder da argumentação.
- metáfora da ponte: uma palavra é lançada ao outro. Essa palavra tem significado e importância ao outro, toda palavra tem. (Bactrin)
- (os personagens) terão dois personagens principais e os dois irão argumentar uma tese diferente da outra. Haverá um problema central e um e outro vão ter idéia diferente de como se livrar do problema.
- as duas argumentações serão usadas para defender minha posição em relação ao problema central que será desenvolvida ao longo do texto. O leitor não irá perceber.
- determinar crenças que serão trabalhadas no livro.
- os personagens serão adolescentes ou crianças que (perante o Estado) são vistos como "formas erradas", ou "peso ruim" ou "peso torto", tempo que aos olhos do ECA toda criança e adolescente são vistos como forma correta.
- um diálogo entre os adolescentes sobre cadeia.

... o medo de ir preso, ir pra cadeia, leva-os a praticarem mais crimes, ou seja, sabem que o crime é o que pode os levar a cadeia e o que o correto seria não praticar crimes, mas o aliciador sabe do medo da cadeia que os meninos tem e esse aliciador pode levar esses meninos pra cadeia, então ameaça-os para que se (concretize) roubem pra ele.
   O aliciador trabalha explorando o sonho dos adolescentes e oferece poder e drogas.
   OPERADORES ARGUMENTATIVOS
   Duas classes: escala argumentativa e classe argumentativa.
      Classe: conjunto de enunciados que servem para mesma conclusão.
      Escala: quando dois ou mais enunciados apresentam uma relação de gradação de força crescente, que levam a uma mesma conclusão.
   O observar "pouco" e "um pouco" por exemplo, são operadores argumentativos, hierarquias, etc..., mudam o sentido.
   Curitiba, muito pinhão muito porco.
   Revista vozes de petropolis, outubro de 1930.

Minha cidade

Na minha cidade tem montes e serras,
muitas arvores, verdes e frondosas.
é por elas que eu morro.

Na minha cidade tem um rio
branco e estreito,
É muito bonito
e eu morro por ele.

Aqui tem pedreiras, estradas de terra,
lotes, sítios e fazendas,
e eu morro por elas.

Na minha cidade tem índios,
tem negros , estrangeiros e polacos,
homens e mulheres,
e eu morro por eles.
José Domingos da Silva

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Exorcismo da igreja

Temos que exorcizar as igrejas
jogar sal bento nos quatro cantos da paróquia
daí, Padres e Freiras irão pro meio do povo
evangelizar de verdade, tete a tete.

Pode ser que suma com a fumaça do incenso
o diabo da riqueza e do dinheiro
e venham os sacerdotes de pés descalços
mandar as autoridades se calar.

Padres e Freiras precisam se levantar
colocar os dois pés na estrada,
redescobrir os pobres, falar com eles.
e chicotear os comerciantes da miséria humana.

Parece que os ricos amarraram as mãos e os pés
dos Padres e Freiras, na coluna direita do altar,
e estes, aprisionaram o Cristo ressuscitado
no sacrário dourado, nos fundos da sacristia.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Reflexão

Quem mata sabe porque mata, quem morre não sabe porque está morrendo.

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Quem é Nosso Senhor?
Um termo muito usado hoje em dia nas igrejas, apenas nas igrejas, mas já foi muito usado na sociedade, sobretudo na sociedade escravocrata onde havia a figura social do senhor, do amo. Ao que parece os senhores de engenho se tornaram donos dos trabalhadores. Não somente dono da mão de obra, mas do corpo. E se não bastasse, ao fazer o trabalhador comer, beber, vestir e falar do jeito que o patrão queria, se tornou dono da alma do trabalhador. Dessa maneira então os negros viraram escravos. Os patrões tornaram-se Senhor e eram assim chamados pelos escravos. Essa consideração de Senhor e Escravo é uma representação da sociedade proposta pela igreja católica e pela igreja protestante. Ambas pregam a submissão do homem ao senhor numa alusão ao mundo espiritual, porém por alguns anos essa submissão tornou-se uma prática, um sistema fundamentado numa doutrina religiosa, o que tornou a escravidão, algo muito terrível e penoso. Para piorar, essa doutrina determinava até a vida após a morte. Dependendo da atitude do escravo verificava-se como seria sua vida no inferno, no céu ou no purgatório. diga-se de passagem que o inferno passou a ser descrito como uma imagem horrível, muito sofrida, com um senhor muito malvado, que não tinha chicote, tinha chifres.
Nas igrejas católicas e evangélicas, a liturgia de ambas traduz-se em rituais onde uma pessoa é escrava de um senhor, dependente do outro. Uma liturgia que determina o sofrimento e a pobreza do servo como sendo atalho para santidade. O problema nessa liturgia é que o servo sofre e vive como pobre, mas o senhor não. A santidade do senhor é alcançada pelo sacrifício do servo. Tanto que nos rituais o senhor veste-se de roupas marcadas com ouro, usa instrumentos de ouro e os servos para tocar nos instrumentos deve usar algo como luva. Vemos portanto que pobreza e sofrimento são condições para santidade. Quase apregoando que é necessário sofrer para haver bondade, que é necessário ter pobres, servos, sofredores para existir senhores e que isso é vontade de Deus.
A pobreza é outro elemento usado como atalho para santidade e em sociedades anteriores temos muitos costumes do Estado e das igrejas que revelam uma parceria nesse aspecto.
A Curitiba que escolheu os nomes para as ruas do triângulo da Lindóia, marca no centro do mapa geográfico da cidade, é a Curitiba da sociedade que vive a prática da doutrina da subserviência do pobre e do sofredor a um rico e sadio. Esse rico e sadio é o senhor, são poucos como eles. Eles dominam a cidade, o Estado, o país, e tudo que há neles. Nada na cidade acontece sem a anuência desses senhores, eles são os únicos presentes na história da construção da cidade.
Os parques, as avenidas, os prédios, os hospitais, as escolas, tudo que é grande e vultuoso é criado graças a benevolência do senhor.

Um lugar marcado

Autor:        José Domingos

 


 

Estavam muitas pessoas em pé

uma marcou uma poltrona

eu não soube porquê.

 

O Padre falava sobre igualdade

o acólito tocou o sino do silêncio

e o banco continuou vazio.

 

O poeta declamou o poema da paz

pediu o fim do genocídio dos palestinos

e na platéia um assento continuou vazio.

 

Num canto da sala uma mesa com tampo de mármore e flores de plásticos

o alarido e o êxtase de pessoas estáticas

receberam a autoridade que passou sorridente ao lado da cadeira marcada.

 

Um ônibus correu feito doido na canaleta

e nas paradas, as pessoas subiram e desceram, e seguiram,

assim ou assado, em frente a um assento vazio.

 

A professora concentrou-se na fala aos estudantes

não percebeu que sua mente navegava noutras dimensões

e observou por cima dos óculos uma cadeira vazia.

 

Onde estava ele ou ela?

Quem estava faltando?

não sei quem é, mas o seu lugar estava marcado.

Em todo lugar tem uma arte para aplaudir

uma plateia com pessoas em pé

e uma cadeira marcada.

Sala de Espera

Na vida temos dois momentos que sempre estão presentes. Momento da vitória e o da derrota. A vitória a gente celebra e a derrota a gente lamenta.

Nenhuma dor ocorre de uma só vez. Há um processo. Se lembrar da dor, dói. Ao pensar a dor, dói. Mas, quando ocorre o acidente, a dor chega devagarinho, até chegar ao limite.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Crônica do pedágio



            Juvenal seguia para a praia de Guaratuba, parou na Praça de Pedágio. Olhou para a cobradora e disse:
            - Eu não tenho dinheiro.
            - Como?
            - Eu não tenho dinheiro!
            - Então o Senhor não pode passar.
            - Como não posso passar?
            - O Senhor, sendo motorista, deve saber que o pedágio é obrigatório nessa estrada.
            - Sim, eu sei. Mas eu não tenho nenhum dinheiro e preciso ir até a praia.
            - Como o Senhor vai até a praia sem nenhum dinheiro?
            - O único dinheiro que tinha gastei em combustível.
            - Então o Senhor aguarda um instante que um funcionário da concessionária vai atendê-lo.
            - Sim Senhora!
            Logo chegou o funcionário e disse-me:
            - A cancela vai abrir, o Senhor estaciona naquele canto.
            - Tudo bem!
            Atravessei a cancela e estacionei no canto ordenado.
            Logo apareceu mais um funcionário para me interrogar.
            - Senhor, o pagamento de pedágio é obrigatório e nenhum carro pode passar sem pagar a taxa.
            - Eu sei que é obrigatório, mas eu não tenho dinheiro.
            - Então, lamentavelmente, o Senhor terá que retornar.
            - Só porque não tenho dinheiro pra pagar o pedágio?
            - Sim Senhor!
            - Lamentavelmente, eu não posso retornar. Tenho uma hora pra chegar até Guaratuba.
            - Se o Senhor transportasse uma pessoa doente ou houvesse algo grave que pudéssemos ver, deixaríamos o Senhor passar.
            - Pois bem! Felizmente não transporto nenhuma pessoa doente e graças a Deus não há nenhum problema grave, nem com minha pessoa nem com meu automóvel. O único problema é que não tenho dinheiro para pagar o pedágio.
            - Se o Senhor vai para praia, como poderá se divertir sem nenhum dinheiro.
            - A diversão é opcional e têm muitas alternativas de diversão na praia.
            - Mas o Senhor teve que encher o tanque do carro. Fez isso sem dinheiro?
            - Não! Mas pude escolher o posto de gasolina mais barato e economizar.
            - Olha Senhor, quem não tem dinheiro não vai a praia.
            - Negativo. A praia aceita todas as pessoas. As que têm e que não tem dinheiro.
            - Quero dizer, Senhor, que pra ir á praia é preciso ter dinheiro para cobrir alguns gastos obrigatórios, por exemplo, o pedágio.
            - Sim, mas todos os gastos me apresentam alternativas de escolha e formas de pagamento... Queria ir por outro caminho, mas o único que existe é esse.
            - Lamento, mas o Senhor terá que retornar!
            - Eu não posso retornar, tenho que seguir até a praia.
            - Então terei que chamar a Polícia.
            - Acho melhor!
            Tomei um cafezinho de uma garrafa térmica, e depois de um tempo chegou uma viatura da Policia Rodoviária, com dois policiais.
            - O que se passa?
            - Esse cidadão vai a praia e não quer pagar o pedágio. Ele já afirmou que não há ninguém doente no carro e não tem nenhum problema aparente que justifique a isenção da taxa.
            - Porque o Senhor não que pagar?
            - Porque não tenho nenhum dinheiro.
            - Mas o Senhor sabe que a taxa de pedágio é obrigatória e o não pagamento pode implicar em multa.
            - Sim, eu sei. Mas eu não tenho nenhum dinheiro, tenho que chegar a praia e este é o único caminho por onde posso ir.
            - Sabia que poderíamos prendê-lo?
            - Mas, e as outras pessoas que estão no carro. Também serão presas?
            - ficariam detidas?
            - Só porque não tenho nenhum dinheiro?
            - Não! Porque o Senhor se omite em pagar a taxa obrigatória.
            - Senhor guarda! O dinheiro que tenho está contado. Um tanto pra comida, outro pra bebida, outro para o combustível de volta.
            - Porque não contou com a parte do pedágio?
            - Porque as despesas que citei são necessárias e posso escolher o valor e o local de adquiri-las!
- Pois bem, o pedágio é uma lei e o Senhor terá que cumpri-la. Senão terei que multá-lo.
O funcionário perguntou:
            - Senhor guarda. E quem vai pagar a taxa de pedágio?
            - Se ele não tem dinheiro, nada posso fazer. Só posso multá-lo.
            Perguntei:
            - Qual a infração que cometi, Senhor guarda?
            - Desrespeito a lei.
            - Senhor policial. Toda lei é obrigatória mas apresenta alternativas para cumpri-las.

Hipocrisia Social



Desligue a TV e o rádio
feche o jornal e a revista
e vem pra rua.

Eles aumentam o medo
enaltecem o crime e o terror
e te prende dentro de casa.

Vem pra rua!
Na rua a vida pulsa
tem alegria em todos os lugares
basta querer ver e reconhecer.

Tem teatro no paiol,
futebol na suburbana
poesia no sarau
raia na periferia
e luz artificial.

O milagre do padre cantor,
a lágrima da beata piedosa,
a ladainha de todos os santos,
são celebrados nas igrejas de portas abertas pra rua.

Vem ouvir na rua,
o coro das doces vozes angelicais,
a expulsão de espíritos imundos,
o murmúrio da coleta da prosperidade,
e os pastores enrouquecidos.

Você vai se encantar
com o rufar dos tambores,
e o chacoalhar dos escapulários das mães de santo,
nos disfarçados terreiros de umbanda.

Que belo ver na praça
os jovens se pegando,
crianças brincando de pega-pega,
famílias inteiras e meias famílias,
jogando conversa fora.

Desencruze os braços da janela
desça do andar de cima
venha viver a cidade.

Você não é a moça de porcelana da janela
que não sente a cidade,
apenas faz de conta que vê.
E, ainda assim, comenta e fofoca,
como os jornais e revistas.

Vem ver os bêbados 
cambaleando,
querendo ir pra casa,
mas a rua os segura e dá uma rasteira.
nem dos bêbados a rua desgruda.

os carros estão na rua
pra lá e pra cá,
tem chapas descarregando caixas,
alunos vindo da escola
e indo pra qualquer lugar.

tem o mecânico fazendo chupeta num carro estragado,
o carrinheiro que passeia com o seu trololó
enquanto isso, mulheres fazem compras.

cabe tudo isso na rua,
e tanto faz se a rua é estreita ou sem saída.
a rua é pública.

Na rua,
até o bandido é livre e inocente,
e o moço bom vira safado.

Vem conhecer a rua sem medo
porque a polícia protege o Estado
o segurança protege a propriedade
você protege a liberdade.

O soldado está marchando no quartel,
não vai te dar um tiro por engano.
o religioso está pregando no templo,
o professor está ensinando na escola,
e não estão preocupados com você.
a prostituta está esperando na esquina,
essa sim, é fiel à rua.

Vem pra rua,
vem brincar de ser feliz
e celebrar como nunca
a hipocrisia social.

A rua é o reino das meias verdades
que nascem das meias mentiras
vividas dentro de casa.

Vem ver os projetos de homens e mulheres,
os simulacros de autoridade
os pseudos ricos
os pobres afortunados
e a maioria dissimulada.

venha viver a rua,
se intoxicar de cidade,
e consumir a alienação,
o mais perfeito e sublime
produto da sociedade.

                     José Domingos da Silva

30 de agosto


Todo dia 30 de agosto
na chuva ou no sol expostos
Professores e Funcionários de escola
estão na rua, não pra pedir esmola
mas, uma política que nos dê gosto.

Uma política séria pra educação
que honre o Professor na sua profissão
e valorize o funcionário, companheiro,
o técnico, a inspetora e o porteiro,
que também educam sem distinção.

Temos que lembrar, não podemos esquecer,
na Praça da Salete, Professores tiveram que padecer,
por ordem de um mal governador
que desonrou o Estudante e o Professor
e a toda categoria fez sofrer.

Nunca esqueçam Funcionários e Professores
que foi ali uma praça de horrores
quando a cavalaria sem dó nem piedade
veio calar os gritos de liberdade
por vontade do governador.

O tempo passa e temos que ter cuidado,
o Paraná não pode ser governado
por quem odeia a educação
por quem dirige na contramão
e trata o estudante como coitado.

Educadores na rua pra lembrar
o injusto governo militar,
que quis nos calar na porrada,
preferiu ensinar com palmada
mas nós queremos é o poder de participar.

Essa caminhada é um ato
organizado pelo nosso sindicato,
que representa a nossa categoria
nunca dorme, está sempre de vigília,
e defende a educação de fato.

Oh! Governador! Vós que sois candidato!
faça um favor, redija um último ato.
melhore o salário do educador
pelo menos uma vez, honre teu eleitor,
que está envergonhado por ter votado no Senhor!

Salve 30 de agosto! Dia da Resistência.

José Domingos da Silva