Autor: José Domingos
Estavam muitas pessoas em pé
uma marcou uma poltrona
eu não soube porquê.
O Padre falava sobre igualdade
o acólito tocou o sino do silêncio
e o banco continuou vazio.
O poeta declamou o poema da paz
pediu o fim do genocídio dos palestinos
e na platéia um assento continuou vazio.
Num canto da sala uma mesa com tampo de mármore e flores de
plásticos
o alarido e o êxtase de pessoas estáticas
receberam a autoridade que passou sorridente ao lado da
cadeira marcada.
Um ônibus correu feito doido na canaleta
e nas paradas, as pessoas subiram e desceram, e seguiram,
assim ou assado, em frente a um assento vazio.
A professora concentrou-se na fala aos estudantes
não percebeu que sua mente navegava noutras dimensões
e observou por cima dos óculos uma cadeira vazia.
Onde estava ele ou ela?
Quem estava faltando?
não sei quem é, mas o seu lugar estava marcado.
Em todo lugar tem uma arte para aplaudir
uma plateia com pessoas em pé
e uma cadeira marcada.
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