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quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Um lugar marcado

Autor:        José Domingos

 


 

Estavam muitas pessoas em pé

uma marcou uma poltrona

eu não soube porquê.

 

O Padre falava sobre igualdade

o acólito tocou o sino do silêncio

e o banco continuou vazio.

 

O poeta declamou o poema da paz

pediu o fim do genocídio dos palestinos

e na platéia um assento continuou vazio.

 

Num canto da sala uma mesa com tampo de mármore e flores de plásticos

o alarido e o êxtase de pessoas estáticas

receberam a autoridade que passou sorridente ao lado da cadeira marcada.

 

Um ônibus correu feito doido na canaleta

e nas paradas, as pessoas subiram e desceram, e seguiram,

assim ou assado, em frente a um assento vazio.

 

A professora concentrou-se na fala aos estudantes

não percebeu que sua mente navegava noutras dimensões

e observou por cima dos óculos uma cadeira vazia.

 

Onde estava ele ou ela?

Quem estava faltando?

não sei quem é, mas o seu lugar estava marcado.

Em todo lugar tem uma arte para aplaudir

uma plateia com pessoas em pé

e uma cadeira marcada.

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