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segunda-feira, 6 de outubro de 2014

O avesso da cidade

   Toda cidade tem o lado avesso, obscuro, onde as pessoas são invisíveis e ao mesmo são estas pessoas os pés e as mãos direitas da cidade. O avesso da cidade é a periferia, o lugar de pessoas quase desconhecidas ou quase reconhecidas. Avesso é o mundo forjado para ser dependente, carente e demente.
   Eu quero falar desse mundo, contar histórias que estão esquecidas no subterrâneo do avesso da cidade, demonstrar uma cultura mais viva que brasa mora, presente na margem, do lado de fora do poder.
   O lado avesso da cidade é tão real que há um limite preestabelecido mostrando o lado de lá e o lado de cá. É onde moram aqueles que tiveram sua história de vida roubada, uma história que não foi contada.
   Para aniquilar um povo basta não contar sua história ou impedir que eles a contem.
  Foi assim nessa cidade, quando os imigrantes europeus chegaram aqui havia os indígenas Kaigangs, Guaranis e outras etnias menores. Em pouco tempo os indígenas perderam sua crença, sua religião, seus deuses perderam o valor, seu jeito de se organizar foi ignorado e tiveram que fazer tudo conforme a vontade dos não índios.
   Para que nenhum índio ou nenhum povo diferente dos europeus se tornasse líder, se organizasse e fosse ameaça aos europeus, criaram um sistema de castigo muito duro. Em Curitiba foi erguido um pelourinho que teve inauguração com benção dos padres.
   O pelourinho não era simplesmente para castigar, mas para servir de exemplo. O plano dos europeus era que cada índio ou negro amarrado no pelourinho daria uma lição, um aviso que não seria esquecido pelos outros negros e índios até sua quinta geração.

   ( argumentos - poder identificar - elaborar )
- definir dentro do texto, lugar para colocar as marcas, o poder da argumentação.
- metáfora da ponte: uma palavra é lançada ao outro. Essa palavra tem significado e importância ao outro, toda palavra tem. (Bactrin)
- (os personagens) terão dois personagens principais e os dois irão argumentar uma tese diferente da outra. Haverá um problema central e um e outro vão ter idéia diferente de como se livrar do problema.
- as duas argumentações serão usadas para defender minha posição em relação ao problema central que será desenvolvida ao longo do texto. O leitor não irá perceber.
- determinar crenças que serão trabalhadas no livro.
- os personagens serão adolescentes ou crianças que (perante o Estado) são vistos como "formas erradas", ou "peso ruim" ou "peso torto", tempo que aos olhos do ECA toda criança e adolescente são vistos como forma correta.
- um diálogo entre os adolescentes sobre cadeia.

... o medo de ir preso, ir pra cadeia, leva-os a praticarem mais crimes, ou seja, sabem que o crime é o que pode os levar a cadeia e o que o correto seria não praticar crimes, mas o aliciador sabe do medo da cadeia que os meninos tem e esse aliciador pode levar esses meninos pra cadeia, então ameaça-os para que se (concretize) roubem pra ele.
   O aliciador trabalha explorando o sonho dos adolescentes e oferece poder e drogas.
   OPERADORES ARGUMENTATIVOS
   Duas classes: escala argumentativa e classe argumentativa.
      Classe: conjunto de enunciados que servem para mesma conclusão.
      Escala: quando dois ou mais enunciados apresentam uma relação de gradação de força crescente, que levam a uma mesma conclusão.
   O observar "pouco" e "um pouco" por exemplo, são operadores argumentativos, hierarquias, etc..., mudam o sentido.
   Curitiba, muito pinhão muito porco.
   Revista vozes de petropolis, outubro de 1930.

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