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quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Por falar de pobreza e humildade

 
Muita gente diz: “ainda bem que não sou como aquele bandido... como aquele mendigo... como aquele pobre”. Isso significa que o bandido, o pobre e o que passa fome precisam existir para que outras pessoas sejam boas, abastadas e vaidosas.
Na liturgia das igrejas cristãs esse ensinamento se faz presente na maior parte dos rituais. Por exemplo, no ritual da Paixão, Cristo morreu entre dois ladrões para demonstrar o amor pelas pessoas;; noutros momentos Cristo alimenta famintos, multiplica alimentos; então os ladrões e os famintos adquiriram o papel de contribuintes no plano cristão da salvação.
            Você vai dizer que isso é loucura minha, mas não é. Tudo isso é coisa do mundo. Jesus, o homem bom e piedoso, o Pobre, o faminto, o ladrão, são coisas do mundo. São reais, não são frutos da imaginação. Já a igreja cristã imaginou um papel positivo para a ação de dois ladrões naquele cenário histórico, como também aos famintos, ás prostitutas, aos leprosos...
Sem pobres, famintos, prostitutas e leprosos, o plano da salvação estaria incompleto, inclusive, as igrejas poderiam ter preferido livros com sujeitos pertencentes a sociedade da época. Então, subentende a liturgia cristã, que os mendigos, os imorais sentenciados pelo tribunal dos juízes e todos os pobres são seres humanos inferiores aos outros seres humanos. Ou seja, propositadamente a figura triste de um mendigo e o semblante rancoroso e pessimista de um ladrão, rodeiam Cristo desde o nascimento até a morte. Cadê os senhores elegantes, ricos, cheirosos; cadê as senhoras puritanas, corretíssimas, nobres? Chega ser contraditório a história do Cristo e a Igreja cristã.
Talvez então a mensagem verdadeira do Cristo nada tem a ver com a mensagem das igrejas cristãs e muito provável que os detentores da verdade cristã são os pobres e os ladrões. Haaa... mas como é lindo um cristão de paletó e gravata, de batina, com a mitra, o solidéu. Bíblia no sovaco, cajado de bronze na mão, bem longe dos pobres e dos ladrões.
Cristo foi um líder social, religioso, que defendia os pobres, os esfomiados, os inocentes que eram condenados a morte. Cristo não acumulava nada, nem joias, nem bem algum, e por isso ficou conhecido e amado por toda gente pobre e lascada da época e também por isso, os ricos, os avarentos, as senhoras e as autoridades, sentiam um ódio mortal de Cristo.
A manipulação dos fatos históricos foi tão bem planejada que alguns livros foram considerados apócrifos e queimados pela própria igreja.
O mundo não é o resultado dos fatos históricos. O mundo é resultado do que foi escrito e ensinado a respeito dos fatos históricos.
 

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