O
arquivo morto é a parte mais esquecida da escola. Não é a toa que recebe o nome
de morto.
Na
escola em que trabalho não é mais assim. Um esforço coletivo dos tecnicos
administrativos, mais a vontade do diretor, deu visibilidade ao arquivo
engavetado.
O
arquivo morto passou a ter outro nome: Arquivo inativo. E tem importância
significativa no desempenho do atendimento da comunidade e facilita o
armazenamento de informações dos estudantes, professores, funcionários, bem
como a historia da escola.
Não foi
uma tarefa fácil reorganizar o morto. Afinal, morto é um ser sem vida, que apenas
possui valor simbólico, enquanto que inativo é um ser vivo, plenamente capaz de
regressas a vida escolar e retomar seu estudos formais. Inativo também é aquele
ser que ultrapassou degraus nesta escola, esta em plena atividade educacional,
numa faculdade, noutra escola, num mestrado ou doutorado e que sabe, noutros
tipos de escolas da sociedade.
Cito,
por exemplo, o diretor da escola, o líder de um movimento negro, o presidente
de uma empresa em ascensão, a ministro da eucaristia na missa dominical, estão
vivos e por isso no arquivo tem pastas que se convertem em histórias de vidas
significativas que abstraem as derrotas e valorizam as vitorias pessoais.
O arquivo
morto era um grande numero de gavetas metálicas, frias, que sempre emperravam
causando acidente de trabalho. Todos os companheiros e companheiras da equipe
administrativa tiveram cortes nas mãos causados pelas partes cortantes daquelas
gavetas. Emperradas, elas necessitavam de esforço físico descomunal irritando a
paciência e a coluna dos trabalhadores.
Agora é
tudo diferente. Sem gavetas metálicas que são ecologicamente incorretas, usamos
caixas de papel que podem ser recicladas. No lugar da aventura de abrir e
fechar gavetas em busca da ordem alfabética, basta um CTRL F num arquivo XLS e
pronto. Localizamos em segundos qualquer informação.
Em
cinquenta anos de historia o colégio tem mais de quinze mil indivíduos que
adquiriram a cidadania com a combinação de nossa escola. Alguns estudaram por
uns dois anos e outros tantos ficaram no colégio por onze anos, cursando 1ª
serie, antigo primário, ate 3ª serie do ensino médio, antigo segudo grau.
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