Total de visualizações de página

terça-feira, 29 de março de 2016

Não

Partindo do pressuposto que a educação dos filhos deve ter palavra não como uma maneira de impor limites e autoridade, reforço a idéia de que essa atitude é coisa do passado e que foi baseada no autoritarismo político que setenciou a negação como medida corretiva e educativa.
Literalmente não podemos voltar no tempo. Não existe uma máquina que nos leve ao passa do para corrigir alguma coisa. Os erros do passado só serão possíveis de serem detectados no futuro e se basear em qulquer medida educativa do passado e que é questionada na atualidade, é o mesmo que admitir falta de competencia para assumir um modelo educativo libertador.
A maneira educativa de educar os filhos utilizada no passado nunca deveria ter saido das paginas dos livros das atrocidades políticas.
Recordo que quando era adolecente convivi com muitos amigos e eu disse muitos amigos, cujo despertador da manhã era uma chibatada de relho de animal. Alguns pais jogava agua nos filhos para cordarem e houve até aqueles que batiam com a face do facão para fazer o filho acordar e levantar.
A professora tinha uma vara sobre a mesa e se o aluno falasse qualquer coisa que não agradasse a ela, lhe dava uma varada, deixava um vergão como exemplo a outros meninos. Pois é, eu nunca apanhei da professora, eu sempre tive medo de falar na sala de aula a não ser quando a professora perguntava pois eu não queria apanhar de vara na escola. Eu era muito vergonhoso, doia muito aquelas varadas e ficava feio aqueles vergões nas costas dos meninos.
Na rua não era muito diferente da escola e de casa. Era um complemento da violência. Na maioria das vezes o ambiente era mais cruel, mas as vezes era grande a sensação de liberdade, de ficar só sem ser vigiado, de pensar qualquer coisa, de sonhar o presente.
Adolescentes, eramos proibidos de sonhar. Muitos garotos recebiam admoestações de pais, professores e amigos. Estudar pra quê? Você vai ser boia-fria. Ou então: Pra quê brincar de carrinho se você nunca vai ter um carro e nunca vai aprender a dirigir?
Se pensarmos na adolescência de nossos pais a história é pior ainda. Quem foi adolescente entre as décadas de 50 e 60 viveu a abertura do país à industrialização, ao capital estrangeiro e uma ditadura de governo demagógica, o qual afirmava ser o "o pai dos pobres", fazendo os pobres terem o governo como o senhor de suas vidas, de seu futuro e não arredarem um milímetro sequer das formas educativas aplicadas ao povo.
Hoje se vê um grupo de skaitistas fazendo manobras perigosas em cima de uma prancha sem forma, rodinhas miúds, arriscando a vida sobre barras de ferro onde deslisam seus skates em velocidades razoavelmente altas.
O comportamento desses adolescentes afronta a todos. A roupa rasgada, calças largas, caindo sobre as nadegas deixando aparecer a cueca, falando palavras incompreensíveis e enfim afirmando a marca de uma fase.
Estes skatistas abolem todas essas regras comportamentais da sociedade que são baseadas no passado. Creio que eles profetizam e reivindicam, silenciosamente, uma mudança na educação dos filhos.
Os skaitistas são uma referência, mas há outras tribos que se reúnem para diversas atividades proibidas pela tradição educativa.
A atitude desses jovens de agora são uma forma de rompimento com o passado e uma conquista de espaço no presente. Penso que a cada ? surgirá novas formas de rompimento do modelo antigo de educação.
O melhor que os educadores, legisladores e políticos em geral deveriam fazer era pensar um modelo de educação, de política, sociedade, com novas regras morais, baseadas no anseio dos jovens de agora.
Que sobreviva a vida, que sobreviva a garantia de viver a vida com prazer e responsabilidade, que renasça a esperança do surgimento de uma sociedade capaz de se moldar a cada dia com regras morais, políticas, econômicas, religiosas, comportamentais, flexiveis....

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Muito obrigado por participar deste projeto!