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sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Tudo vai dar certo



Não sei o que é melhor
Beber água ou morrer.
Mas, morrer?
 Ficar parado, sem se mexer?
O que eu sinto é sede
Sede de amor e de justiça
Sede de água boa e limpa
Sem mácula
Tão limpa quanto o amor que une
Duas pessoas do mesmo sexo.

Sinto sede de justiça
Aos homens e mulheres
Que saem fadigados do trabalho
E precisam decidir
Nos ônibus lotados
Entre solavancos e desventuras
Como amar verdade.

Não sei se é melhor
Caminhar entre filósofos ou poetas
Ambos cheios de razão
Ou deixar-se ser orientado
Pelos amantes
Das noites, dos bares, das ruas,
Sedentos de amor fingido.

A vida é um fingimento
A morte é um fingimento

Eu prefiro beber água
Por que tenho sede de viver
Viver essa vida curta e breve
Curta como o sonho da liberdade
Que numa noite se acaba e fica só a lembrança,
E breve como a certeza
Que ao terminar de ler (ouvir) esse poema
Descobrirei outras verdades
E que tudo que disse já é mentira.

Eu prefiro viver
Repetir o mantra diário
“Tudo vai certo”
E poder perceber que
Entre ocupa e desocupa
Entre o certo e o errado
“tudo vai dar certo”.
Eu prefiro a sede de viver
Então
“Tudo vai dar certo.”

José Domingos

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